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Formação universitária em jornalismo

Opinião | Quinta-feira, 09 de Dezembro de 2010 - 14h26 | Autor: Gerson Luiz Martins
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O Curso de Jornalismo da UFMS fez 20 anos de criação em 2009. A partir de reivindicação dos jornalistas diplomados, liderados pelo Sindicado dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul, em 1989 a Universidade Federal criava o Curso de Comunicação Social – habilitação em Jornalismo. Essa história foi contada inúmeras vezes e não será utilizado o espaço limitado deste artigo para recordar o contexto, as condições e as razões para a implantação do primeiro curso de jornalismo no estado. Interessa saber como está a formação universitária em jornalismo nesta duo década. Afinal, 20 anos devem, necessariamente, pautar um crescimento, um desenvolvimento da atividade que apontem para mais duas décadas, ou mais, de qualificação profissional, social e empresarial do jornalismo.

Neste contexto, é importante ressalvar que a formação universitária ampliou e a melhoria do jornal, do jornalismo, das empresas jornalísticas para o desenvolvimento social não fica restrita a uma instituição de ensino superior. O estado possui, atualmente, seis cursos de jornalismo localizados em Campo Grande (4), Dourados (1) e Três Lagoas (1). Em Campo Grande, o curso de jornalismo é oferecido pela UFMS, UCDB, Uniderp e Estácio de Sá; em Dourados pela Unigran e em Três Lagoas pela AEMS. No contexto atual, de debate e polêmica da necessidade da formação superior em jornalismo para o exercício profissional, aliado a baixa oferta no mercado de trabalho e ainda a uma remuneração que não condiz com um profissional formado no ensino superior, os cursos têm, nos últimos anos, uma demanda muito baixa de candidatos aos vestibulares.

De um processo de especialização ocorrido no final dos anos 90, quando os cursos de Campo Grande saíram da clausura da comunicação social e ganharam uma identidade que lhes é própria, sem distorções, ou seja, tornaram-se cursos de jornalismo; nestes últimos anos, especialmente de 2007 para cá, as instituições retomaram o tronco comum da comunicação, que coloca em risco a identidade do jornalismo e inflige maior risco de baixa demanda, pois os ingressos dos cursos buscam, nesse momento de suas vidas, uma identidade profissional visualizada na graduação. Quando isso não acontece, piora a identificação, há uma confusão maior do ponto de vista das escolhas profissionais e muitos abandonam os cursos, como ocorre rotineiramente, inclusive nas universidades públicas.

O Curso de Jornalismo da UFMS realizou uma reformulação de sua matriz curricular, depois de praticamente 10 anos com a estrutura original do momento de reconhecimento pelo MEC, em 1995. O novo projeto pedagógico do curso e a nova matriz curricular atende as demandas contemporâneas e está coerente com a realidade profissional, social, política, econômica e tecnológica. A profissão de jornalista foi uma das que mais modificou com o crescimento das comunidades e os avanços tecnológicos.

Em menos de 15 anos, houve uma revolução tecnológica que alterou profundamente as formas de produzir informação, de fazer jornalismo e difundir a notícia. Era impossível o Curso de Jornalismo da UFMS permanecer com a estrutura curricular do século passado. O trabalho realizado pela Comissão encarregada de fazer a reformulação do projeto pedagógico composta pelos professores Daniela Ota, Edson Silva e Gerson Luiz Martins buscou, até mesmo em análise de estruturas mais contemporâneas e reconhecidamente qualificadas, subsídios para traçar o quadro de referência para a nova matriz do curso da UFMS. Neste aspecto, importante destacar, em primeiro lugar a consolidação da especificidade da formação em jornalismo, com prospecção para alterar a nomenclatura oficial do curso e titular os egressos como bacharéis em Jornalismo, o que vai sedimentar uma identidade profissional; em segundo lugar a demanda do Ministério da Educação que, neste final de 2008, elegeu o jornalismo como uma das áreas estratégicas para a sociedade democrática.

Depois da medicina, do direito e da pedagogia, o ministro da Educação, Fernando Haddad nomeou o professor José Marques de Melo para presidir uma comissão encarregada de elaborar as novas diretrizes curriculares para os cursos de jornalismo. Na mesma linha da política educacional do ministro Haddad, os cursos de formação universitária não podem se dar ao luxo de ignorar as demandas sociais, principalmente na escola pública. As universidade precisam atender as necessidades da população, produzir conhecimento, implementar ações que melhorem a qualidade de vida das pessoas.

Não é mais aceitável que o ensino público superior se perca em elucubrações que somente beneficiem, de forma indireta e a muito longo prazo, àquilo que a sociedade clama premente, ou seja, a melhoria das condições de vida, desenvolvimento social. O novo projeto pedagógico do Curso de Jornalismo da UFMS não está finalizado, é preciso entender que, especialmente no jornalismo, as mudanças ocorrem cotidianamente e se faz necessário uma atualização continuada sem perder a preciosa identidade: Curso de Jornalismo.

Gerson Luiz Martins é jornalista profissional diplomado, professor da UFMS e pesquisador do CNPq.
www.gersonmartins.jor.br


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