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Rodovias que envergonham o Paraná

Opinião | Sábado, 21 de Março de 2009 - 21h45 | Autor: Prof. Dr. Gerson Martins
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Passados 10 anos da concessão das rodovias no Paraná, alguns trechos são verdadeiras armadilhas para motoristas e seus familiares. Viajar pela BR-277, privatizada neste período, é expor sua família a um risco constante. Feliz ou infelizmente, a BR-277 é uma das principais artérias rodoviárias de ligação no Paraná.

E não há como comparar com as principais rodovias paulistas. Observe algumas das principais rodovias paulistas, como por exemplo, a rodovia dos Bandeirantes, a rodovia Anhanguera, Marechal Rondon, Raposo Tavares, entre outras, que são artérias importantes de ligação dos principais pontos do estado de São Paulo. Todas elas são duplicadas em 100% do percurso, em alguns casos, como nas saídas da capital, possuem 3 a 4 faixas de rolamento em cada via, seja de ida ou de volta. O motorista sai da capital paulista em direção ao extremo Oeste, seja pela Marechal Rondon, seja pela Raposo Tavares em pista 100% duplicada e com toda assistência que se requer para o bem estar dos motoristas e de seus familiares.

E como estão as artérias rodoviárias do Paraná. Observe agora a rodovia do Café, BR-376 ou ainda a BR-277, que condições oferece de segurança, conforto e acessibilidade ao motorista e seus familiares. Depois de muitos protestos, intervenção do governo estadual, a BR-376 no Paraná recebeu poucas melhorias.

O trecho de serra entre Mauá da Serra e Ortigueira, em parte, foi duplicado, apenas no início (final) da serra. Nos demais trechos, a concessionária construiu a chamada 3ª faixa, e isso em poucos e perigosos trechos. Numa comparação com as rodovias paulistas, se pode dizer que a BR-376, entre Ponta Grossa e Mauá da Serra, recebe incipientes melhorias. E apesar de mais de 10 anos de concessão, muito dinheiro foi arrecadado e pouco se fez pelo contribuinte, pelos motoristas.

Na BR-277, no trecho entre o Spréa, trevo com a BR-376, a situação é calamitosa, constrangedora e uma vergonha para um dos estados mais desenvolvidos do país. A rodovia é praticamente 100% em pista simples, exceção ao trecho entre Curitiba e Paranaguá. Não há como comparar com as rodovias paulistas!

O trágico desta situação é que esta rodovia liga o estado de Leste a Oeste e é assim, uma das duas principais artérias rodoviárias do Paraná. Sem dúvida, a BR-277 é uma vergonha para o Paraná. Depois de 10 anos de privatização, arrecadação contínua, é bem provável que os concessionários estejam mais milionários em detrimento de inúmeras famílias que perderam a vida na rodovia.

Outro ponto que se deve destacar nesta avaliação diz respeito ao preço do pedágio. Enquanto nas rodovias paulistas se cobra uma média de R$ 4,00; nas rodovias do Paraná a cobrança é em média de R$ 7,00. É uma arrecadação manchada de sangue das inúmeras vítimas dos acidentes. Nessa rodovia, o trecho que vai de Laranjeiras do Sul a Guaraniaçu é de extrema covardia. A necessidade de duplicação e obras de segurança e conforto é emergente, urgente. Entretanto, não há qualquer esperança, pois depois de 10 anos o que se pode esperar dessas melhorias, o que se pode esperar da consciência humana dos proprietários da concessionária? Nada, nenhuma!

O motorista que talvez leia este artigo conhece muito bem ou um pouco da rodovia e sabe de inúmeros outros trechos “covardes” quando se trata da segurança e do conforto das vidas humanas. Não bastasse o constrangimento pela situação das estradas, os motoristas e seus familiares são ainda obrigados a enfrentar praças de pedágio com estrutura reduzida, apesar de haver duas ou três cabines de cobrança, apenas uma funciona. Será que a concessionária nem sabe cobrar???!!! Mesmo nos trechos de maior densidade do fluxo, como por exemplo, na praça de São Luiz do Purunã, em períodos de intenso tráfego, as férias de janeiro, se formam grandes filas e a estrutura da praça não atende a demanda.

Mais do que um protesto, como tantos que se fizeram ao longo desses anos, é imprescindível que as concessionárias, ou melhor, seus proprietários tenham consciência, respeito ao ser humano e transformem seus lucros, ou melhor, uma pequena parte dele, em investimento em segurança e conforto para as vidas humanas que todos os dias, todas as horas, todos os minutos circulam pelo anel rodoviário do Paraná e pagam, a todo instante, absurdos reais para não ter qualquer retorno desse pagamento e ainda colocar em riscos esposas, filhos e familiares.

A intervenção oficial se mostrou obsoleta, os protestos dos produtores também. A população, os usuários das rodovias se sentem frágeis diante do oligopólio das concessionárias. É o capitalismo em sua mais perversa face. E não se quer dizer que o capitalismo seja nocivo, mas a forma como essas empresas praticam suas atividades prejudica a população, pois não há qualquer retorno das expensas aplicadas a cada dia. Interessante lembrar aqui recente reportagem produzida pela TV Globo sobre a praça de pedágio entre Jacarezinho e Ourinhos.

É um absurdo que cidades vizinhas, famílias que moram nessas cidades sejam penalizadas pelo alto preço do pedágio para visitar seus parentes. De outro lado, os novos trechos privatizados, BR-116 e BR-376/101, entre Curitiba e Garuva, apesar das concessionárias receberem as rodovias em excelente estado e duplicadas, será cobrado um valor justo de pedágio. Refém das concessionárias cabe a população aguardar pela benevolência dos proprietários.

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