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Nas ondas do Rádio

Opinião | Quinta-feira, 25 de Abril de 2013 - 15h33 | Autor: Gerson Luiz Martins
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O rádio é, sem dúvida, um meio de comunicação por excelência. Em tempos de internet é aquele que consegue uma comunicação, uma interação instantânea com as pessoas, com o público receptor. Mesmo com o tempo das pessoas, boa parte delas conectada a internet em seus ambientes de trabalho ou doméstico, o rádio pode ser acessado pelo computador e fazer valer seu poder de comunicação. Se há alguns anos, e acrescente anos nesses alguns, as pessoas passavam horas, em casa ou no trabalho, conectadas nas emissoras de rádio, hoje este tempo está dedicado à internet. Pode-se lembrar que mesmo nos estabelecimentos comerciais, principalmente lojas, supermercados e outros, havia, no sistema de som ambiente, uma emissora de rádio sintonizada, marcadamente quando iniciaram as transmissões em frequência modulada (FM) no país.

No mundo que convive com internet quase 24 horas do dia, o rádio ainda tem grande valor de comunicação e é uma mídia que contribui de forma muito importante para o convívio social, seja nas ações de apoio à saúde, ao transito, às catástrofes naturais ou do convívio urbano. Se a população não ouve mais o rádio 24 horas, agora a participação dessa mídia é marcada no tempo de cada dia. Pela manhã a preferencia pelas notícias, à tarde e à noite pelo entretenimento musical, e em alguns momentos destes períodos também pela preferencia à informação.

O rádio, de forma geral, também ganhou ou foi forçado a implementar perfil de programação para atender a determinados segmentos da população. Assim, há emissoras que se dedicam ao noticiário 24 horas, como a rádio CBN, que hoje não existe mais em Campo Grande, emissoras que se dedicam a um determinado estilo de música, como é o caso de várias emissoras em Campo Grande que tem programação predominantemente focada em músicas sertanejas e inúmeras outras que adotam um perfil multifacetado.

Nesse universo, no caso das emissoras locais, há algumas situações inusitadas, como por exemplo, emissoras educativas, como é o caso das emissoras ligadas às universidades, que quase nada tem de educativo. Se o leitor pensar que todo e qualquer tema pode ser educativo, é importante ressalvar que uma emissora educativa deve priorizar programação que favoreça a educação formal, sem cair em rádiocursos ou rádio-aulas. Além do aspecto educativo, estas emissoras devem promover a cultura. Aqui também o leitor poderá dizer que o sertanejo ou o programa sensacionalista também é cultura! No entanto, a promoção da cultura se traduz na produção e difusão de programas que privilegiem a história, o folclore, as artes quando se trata deste tema. Uma emissora educativa deve priorizar o desenvolvimento educativo e cultura e não priorizar a lucratividade e difundir programas popularesco, que nada tem de popular.

E se pensar no radiojornalismo? Que qualidade de programação há? Na situação das emissoras locais, houve uma queda qualitativa desse tipo de programa. O radiojornalismo apresentado atualmente sofre por personalismo que, numa hora de veiculação, tem de tudo, menos jornalismo. Embora o personalismo seja uma característica do rádio, se ouve um determinado programa porque as pessoas têm gosto por este ou aquele locutor, e há exemplos famosos como Eli Corrêa e tantos outros que migraram para a televisão depois de um bem sucedido trabalho no rádio, o rádio, na programação geral, ao longo da manhã ou ao longo da tarde ou noite, tem muitos “anônimos”.

E há exemplos bem sucedidos na situação atual. Uma emissora de rádio local produz um programa, no final de tarde, que auxilia motoristas e pedestres no trânsito no momento de intenso tráfego. Se trata de uma iniciativa extremamente positiva numa situação de quase um veículo, um carro por pessoa e que provoca grandes congestionamentos. Este programa divulga a situação do trânsito a partir dos próprios ouvintes do programa, em tempo real, com alto grau de interatividade, uma das características fundamentais do rádio. Lamentável que essa iniciativa ainda esteja restrita ao período do final de tarde ou final de expediente da maioria da população.

Numa avaliação geral, as emissoras de rádio local contribuem muito pouco para o apoio e desenvolvimento social. Há primazia pelo entretenimento e raros investimentos em programas jornalísticos. Exemplos bem sucedidos de radiojornalismo, se “desmancharam no ar” quando houve excesso de personalismo e redução das equipes de produção. Como não há uma CBN local, é importante que as emissoras locais invistam mais em jornalismo.


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