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Radiojornalismo e eleições 2010

Opinião | Domingo, 14 de Novembro de 2010 - 14h39 | Autor: Gerson Luiz Martins
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O radiojornalismo sul-mato-grossense se mostrou mais vivo do que nos últimos anos nestas eleições. Há muito tempo, não tínhamos uma cobertura das eleições como aconteceu neste ano. Depois de muitos anos e com o advento das emissoras em FM, o radiojornalismo se arrefeceu. Muitos locutores, muitos esportistas, muitos apresentadores e muitos animadores eram os que se apresentavam para ler as notícias no microfone das emissoras. Primeiramente na leitura das folhas dos jornais e, nos últimos anos, por meio da tela do computador estrategicamente posicionado nos estúdios de locução. Não havia produção jornalística. Eram raras as emissoras que investiam em equipes de jornalistas que percorriam as ruas na apuração da notícia. A concorrência forte das emissoras em FMs, o privilégio do entretenimento, da música provocou a precariedade das equipes de jornalistas. Os investimentos no acervo musical, principalmente no CDs, inicialmente, e agora nos arquivos de áudio dos computadores têm um custo infinitamente menor se comparado a contratação de jornalistas, compra de equipamentos para a redação e, mais ainda, veículos para o transporte das equipes. Há quanto tempo, caro leitor, você não vê nas ruas da cidade carros personalizados com o nome das emissoras, e muitas vezes até mesmo do programa de radiojornalismo?

A facilidade na captação da notícias, por meio, principalmente, dos portais jornalísticos e uma apuração superficial e incipiente realizada pelo telefone provocaram um radiojornal inócuo, descolado dos fatos locais e, algumas vezes, parcial. Todos estes fatos deixaram a população cética sobre os fatos apresentados pelo noticiário no rádio e a fuga, natural, para outras emissoras que promoviam entretenimento no mesmo horário. Aliado a este fato e também decorrente do baixo ou nenhum investimento na produção dos radiojornais, a qualidade dos programas. Locutores, apresentadores, animadores se tornaram verdadeiros menestréis - no uso deturpado do termo - da voz, pela gritaria, pelo sensacionalismo na tentativa de manter um público, até então fiel. Essa realidade é facilmente percebida quando se verifica a quantidade de programas jornalísticos veiculados nesse período e a efemeridade de sua existência. Seria interessante uma pesquisa sobre a quantidade de programas jornalísticos, nomes, equipes de produção que perpassaram as emissoras nesse tempo.

O processo eleitoral de 2010 contribuiu para consolidar um novo radiojornalismo. Algumas emissoras se preparam para transmitir, em tempo integral, todos os fatos de interesse da população sobre as eleições, desde as condições dos locais de votação até o momento da apuração dos votos. Notícias que foram permeadas por entrevistas com eleitores, candidatos e especialistas em política. O radiojornalismo promoveu um serviço essencial à população. Polução essa que agora pode ouvir as notícias, todas as manhãs, em casa, na ida para o trabalho, no carro, no trânsito e até mesmo em alguns locais de trabalho. Pode-se afirmar que o rádio cumpre seu papel de meio de comunicação instantâneo, diversificado, de serviço. Situação que se compara ao importante papel que o radiojornalismo realiza nos principais centros urbanos do país.

A população cansou de ouvir gritaria pelas manhãs, quer ouvir informação de boa qualidade, de credibilidade, bem apurada, recheada com boas entrevistas, num ambiente informal e de diálogo que tão bem caracteriza o veículo rádio. E não basta isso, é necessário que essas informações tenham interesse local, ou seja, fale do local, da realidade que as pessoas convivem diariamente.

Neste universo de mídia internet, o radiojornalismo não pode se furtar no uso dessa tecnologia para promover a integração com os ouvintes. A internet não dever servir apenas para copiar as notícias, para transmitir na voz o que está escrito na tela do computador. Mais do que nunca é necessário que se compreenda que cada mídia, cada suporte de comunicação tem sua linguagem própria e não é possível repassar notícias do jornal impresso, da televisão, da internet nos microfones das emissoras de rádio. É importante que os empresários do rádio, no caso das emissoras privadas, e do poder público, no caso das emissoras estatais se conscientizem da importância de investir em equipes de jornalistas e infraestrutura para qualificar o radiojornalismo regional.

As eleições 2010 foram importantes para a consolidação do radiojornalismo regional. É necessário que a situação se aprimore e possa prestar um serviço imprescindível para a população deste estado.


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