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Recursos para Pesquisa e Extensão

Opinião | Sábado, 23 de Abril de 2011 - 10h48 | Autor: Gerson Luiz Martins
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Centenas de professores, nas universidades federais, trabalham, lutam cotidianamente para conseguir recursos que possibilitem as suas atividades de pesquisa ou de extensão. Os recursos próprios das universidades não são suficientes para atender as centenas de projetos que são cadastrados a cada ano. Nenhum pesquisador, professor consegue minimamente um computador para trabalhar se não elaborou um projeto de pesquisa ou extensão para conseguir os recursos para pagar esse computador. Além do cotidiano das aulas, preparação, avaliações, o professor-pesquisador deve produzir, deve realizar pesquisas, promover projetos de extensão.

As pesquisas científicas não existem sem recursos financeiros, sem dinheiro. O pesquisador precisa coletar dados em diversos locais fora de sua sala de trabalho; de computadores, muitas vezes, de alta performance; com assistentes recrutados entre estudantes de graduação e pós-graduação como bolsistas, principalmente na pesquisa de campo, ou seja, em diversos locais além dos muros das universidades. E isso não se faz sem recursos financeiros.

No Brasil, diferentemente de inúmeros outros países, a pesquisa acontece e se desenvolve nas universidades. E não em qualquer universidade. Na maioria das vezes acontece nas universidade públicas. E nas instituições privadas, em alguns casos, em que a universidade desenvolva programas de pós-graduação e possa obter, dessa forma, recursos públicos. Em síntese, em todos os casos, a pesquisa no Brasil somente acontece com recursos, financiamento público. Assim, poucas agências de fomento concentram a maior parte do dinheiro investido, como a CAPES, CNPq e algumas Fundações Estaduais como a FAPESP, FAPEMIG, FAPERJ que possuem maior capacidade de investimentos. No estado de Mato Grosso do Sul há a FUNDECT que, devido a política de restrição em investimento na pesquisa cientifica pelo governo do estado, recebe poucos recursos para aplicação nos projetos.

Em outros países, a iniciativa privada destina boa parte dos recursos para investimento em pesquisa, mais de 50% do total do dinheiro aplicado. Seria algo semelhante se a TV Morena, Correio do Estado, O Estado MS e os grandes grupos empresariais de comunicação dedicasse parte de sua verba para investir na pesquisa em jornalismo, para que os resultados dessas pesquisas sejam revertidas no aprimoramento das práticas jornalísticas das empresas que fazem essa aplicação financeira. E mesmo assim com as deduções de imposto que o governo federal promove.

Esse fato não ocorre, ao contrário, há um distanciamento entre aquilo que se pesquisa, se estuda nas universidades e o que o mercado profissional, as empresas realizam. Pode-se verificar esse distanciamento com o recente lançamento do Diário Digital. Embora haja um grupo de pesquisa em ciberjornalismo na UFMS, trabalhos produzidos, nenhuma consulta, nenhuma integração houve com a universidade para desenvolver um produto. Há, no máximo, em todos os casos, uma pesquisa exclusivamente comercial.

No que diz respeitos aos projetos de pesquisa que os professores propõem e desenvolvem, muitas vezes, elementos insignificantes prejudicam a obtenção dos recursos. Como os editais de pesquisa, em sua maioria, são anuais, os pesquisadores não terão recursos para seu trabalho até o próximo ano. Alguns editais cometem o disparate, em se tratando de projetos de pesquisa e extensão, de incluir entre suas regras que "não cabe recurso", ou seja, se houve um erro, até mesmo de digitação, o pesquisador proponente não poderá solicitar revisão do julgamento. Muitas vezes, não se considera o mérito da proposta.

Se há um edital de apoio a pesquisa por ano, se os editais são poucos, se as agências de fomento tem poucos recursos; o trabalho de pesquisa fica comprometido e a população, a sociedade é penalizada por essas atitudes.

Se faz urgente que a iniciativa privada se conscientize que os resultados das pesquisa desenvolvidas pelas universidades trarão benefícios às mesmas, que os profissionais qualificados nos projetos de pesquisa estarão, em pouco tempo, a serviço dessas empresas. E para que essa qualificação seja cada vez melhor, é imperativo que as empresas invistam nas pesquisas desenvolvidas nas universidades. Não mais se compreende, num país que vive no século 21 e está na iminência de se tornar uma potência mundial; que os recursos, o investimento da pesquisa sejam exclusivamente públicos. As empresas precisam viver mais a universidade, as universidade necessitam compartilhar mais suas ações com as empresas.


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