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A linguagem própria dos cibermeios

Opinião | Terça-feira, 25 de Julho de 2017 - 18h49 |
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Os suportes midiáticos têm suas especificidades, suas características que são diferenciadas e que não podem ser confundidas. Desta premissa é preciso afirmar que não se pode produzir para TV nos cibermeios, para rádio na TV, para os cibermeios na TV ou no rádio. Por que é preciso destacar esta questão? Nos últimos anos, se tornou comum, dado às facilidades de se constituir um cibermeio, produzir informação no formato TV, ou mesmo rádio, para publicar na internet. Se constituem em formatos, linguagens e metodologia diferenciadas. A tentativa em se produzir TV na internet é fracassada. Sim, há TV retransmitida pela internet, mas este tem outra propriedade. A internet se tornou, tanto para a TV quanto para o rádio, uma nova plataforma de transmissão. E fica nisso. A veiculação de informação nos cibermeios tem uma linguagem própria, que não é a linguagem da TV e tampouco do rádio ou do jornalismo impresso.

É necessário que os cibermeios jornalísticos tenham clareza e qualificação para produzir notícias em vídeo na internet e agregar esses vídeos à linguagem do ciberjornalismo

Experiências de veicular material informativo na linguagem de televisão se mostraram e se mostram fracassadas. Se não é uma retransmissão, pura e simples, de uma emissora de TV, a produção de informação, com base na linguagem da TV, fracassará. É necessário que os cibermeios jornalísticos tenham clareza e qualificação para produzir notícias em vídeo na internet e agregar esses vídeos à linguagem do ciberjornalismo. Outra premissa é importante ter presente, que as informações em áudio, vídeo ou infografismo publicadas nos cibermeios jornalísticos não são informações complementares, mas tão importante quanto o texto da notícia. Cada formato contribui para a contextualização da informação e tem o mesmo grau de importância. Neste aspecto, as fotos, os vídeos, os áudios, os infográficos são componentes imprescindíveis para a compreensão da informação jornalística, e não meros complementos. Isso também implica que a disponibilidade, no espaço gráfico (na tela) do cibermeio, não é aleatória. A foto principal da notícia tem um destaque porque, assim como o título, vai auxiliar na atenção do leitor. E não pode, também, ser apenas ilustrativa. Os demais itens na narrativa do ciberjornalismo compõem o conjunto rico de informações que fazem com que a informação jornalística na internet tenha preponderância sobre os demais suportes de mídia.

As pessoas, em geral, passam mais tempo na internet do que na frente da televisão ou na audição do rádio

Os retrocessos políticos da disponibilidade de internet banda larga para a população dificultam a popularização e a democratização do acesso, mas é circunstancial e temporário. Com um acesso amplo, a universalização da internet é imediata e colocará as demais mídias em segundo plano. As pessoas, em geral, passam mais tempo na internet do que na frente da televisão ou na audição do rádio. Muitas vezes preferem assistir a TV ou ouvir o rádio pelo suporte internet, pois, neste caso, podem selecionar o que desejam ver ou ouvir. O suporte tradicional das mídias TV e rádio obrigam as pessoas a consumir muitas coisas que não desejam. Pode-se observar, por exemplo, no que se transformou a programação das emissoras de TV nos períodos matutino ou vespertino. Se trata de uma estrutura de programas que impõe “goela abaixo” produtos que muitos não gostam, não tem interesse. Por isso, a “democracia” da internet permite escolher o que consumir. E também exatamente por isso que as emissoras de rádio ou TV observam suas audiências despencarem a cada dia.

A realidade atual demonstra que muitos profissionais desses meios desconhecem e não estão preparados para essas novas estruturas

Os cibermeios em geral e os cibermeios jornalísticos em especial devem estar qualificados para a linguagem do ciberjornalismo. A realidade atual demonstra que muitos profissionais desses meios desconhecem e não estão preparados para essas novas estruturas. Escrevem como se estivessem no texto impresso, produzem vídeos como se fosse para a TV ou áudios como se fosse para o rádio. E muitos ainda consideram que o texto para o cibermeio jornalístico se constitui de poucos parágrafos e assim economizam na contextualização da informação.


Jornalista e pesquisador do PPGCOM e Ciberjor UFMS
gerson.martins@ufms.br


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