Observatório de Mídia na UFMS

Opinião | Terça-feira, 04 de Dezembro de 2012 - 00h02 | Autor: Gerson Luiz Martins


Depois de um ano em compasso de espera, começa a ser instalado na UFMS o laboratório que vai desenvolver os trabalhos do projeto Observatório de Mídia. O laboratório faz parte da Rede Nacional de Observatórios de Imprensa - Renoi e está vinculado ao Grupo de Pesquisa em Ciberjornalismo, ao Grupo de Pesquisa Linguagens, Processos e Produtos Midiáticos do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFMS, ou seja, ao Curso de Mestrado em Comunicação e ao Curso de graduação em Jornalismo. 

O laboratório, projeto financiado pelo CNPq, terá uma estrutura com 20 notebooks, impressora laser, um computador para edição de vídeos e trabalhos mais pesados, além de equipamentos que auxiliem na atividade dos processos de análise da mídia cotidiana. Quando estiver operacional, o laboratório comportará até 20 estudantes de jornalismo e pesquisadores de iniciação científica (Pibic) e do Programa de Mestrado em Comunicação com objetivo de auxiliar no desenvolvimento das pesquisas e, objetivo final do projeto, realizar a análise crítica da mídia diária de Campo Grande.

O laboratório também atenderá inúmeros subprojetos que tenham como foco de trabalho a análise da produção midiática, seja no jornalismo impresso, na TV, no rádio e nos portais jornalísticos.

Os trabalhos realizados pelo Laboratório Observe serão publicados na internet, no endereço www.observe.ufms.br, onde os interessados poderão ler artigos, notas sobre as análises produzidas.

O laboratório Observe está vinculado à Rede Nacional de Observatórios de Imprensa, Renoi.

A Rede Nacional de Observatórios da Imprensa surgiu em 2005 para reunir iniciativas de crítica de mídia dentro e fora da academia. Seu objetivo é contribuir para o aperfeiçoamento da mídia brasileira e o desenvolvimento das relações entre sociedade e meios de comunicação. A Renoi é composta pela Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI), Brasília; Agência Experimental de Reportagens e Monitoramento de Cobertura (Agex) – Sergipe; Agência Unama – Pará; Canal da Imprensa - São Paulo;  Jornalismo Capixaba - Espírito Santo; Monitor de Mídia - Santa Catarina; Mídia e Política – Brasília; Mídia em Foco - Rio Grande do Sul; Observatório da Imprensa; Observatório da Mídia Regional; Observatório da Ética Jornalística - objETHOS, Florianópolis; Plural: Observatório de Comunicação e Cidadania, Vale do Paraíba, São Paulo e SOS Imprensa - Brasília

O trabalho do Observe se constitui na análise e produção de resenhas criticas das publicações da mídia local, realiza Crítica de Mídia. A crítica de mídia tem duas funções preponderantes, em primeiro lugar alfabetizar midiaticamente e contribuir para o aperfeiçoamento do jornalismo. De um lado oferecer ao público bases para uma compreensão cada vez mais clara e ampla do que é o jornalismo, e de outro, intervir concretamente para uma melhora em produtos e processos de apuração, produção e difusão informativas. Os produtos, processos, rotinas e práticas são avaliados, medidos, comparados, o que muito pode contribuir para o seu aperfeiçoamento.

A internet é o ambiente mais fértil em experiências de media watching e, portanto, como foco e ambiente para discussões das análises dos produtos midiáticos, mas existem programas de rádio, de televisão e raras publicações que funcionam também como arenas de debates.

Danilo Rothberg no texto “Jornalismo e informação para democracia: parâmetros de crítica de mídia”, publicado no livro Vitrine e vidraça Crítica de Mídia e Qualidade no Jornalismo, organizado pelo pesquisador e professor da UFSC, Rogério Christofoletti diz que “quando se produz crítica de mídia com o objetivo de apontar insuficiências do jornalismo comercial, geralmente são adotados, como referências, padrões normativos advindos dos campos da ética e da deontologia profissional. Com frequência, se indicam problemas próprios da investigação necessária a uma matéria: ausência de fontes, falta de exatidão, de pluralidade e equilíbrio entre as diferentes perspectivas ali em jogo são fatores indicados a fim de sustentar determinada avaliação”. Estes critérios, entre outros, são os parâmetros para que os pesquisadores do OBSERVE produzam os textos que serão publicados pelo Laboratório.

Com a implantação do Laboratório Observe, Campo Grande fica situada entre as cidades que promovem uma qualificação do jornalismo. As avaliações são públicas e podem servir de base, de referência para o desenvolvimento do jornalismo local e regional.

O Laboratório Observe deverá entrar em operação no início de primeiro semestre letivo de 2013, previsto para começar em abril.


www.gersonmartins.jor.br



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