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O jornalista no Governo Dilma

Opinião | Terça-feira, 25 de Janeiro de 2011 - 22h26 | Autor: Gerson Luiz Martins
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Sim, porque se trata da profissão jornalista e não a atividade jornalismo. A atividade jornalismo no atual governo daria páginas e páginas de reflexões. O governo da presidenta Dilma Rousseff começa com a participação da jornalista Helena Chagas, filha do também jornalista Carlos Chagas e coordenadora de imprensa da campanha de eleição da presidenta. Sobre o jornalismo no governo Dilma Rousseff muitas perguntas estão abertas. E é natural neste momento. Algumas dizem respeito ao legado do ocupante anterior da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins e o projeto de regulamentação da mídia televisiva. O projeto foi severamente criticado logo após o lançamento, no final do governo Lula, e sempre taxado como um atentado à liberdade de imprensa. Afinal, este é o argumento mais qualificado e padronizado usado pelas empresas de comunicação. Qualquer tentativa de regulamentação ou regulação da mídia é logo marcado como um atentado à liberdade de informação e comunicação.

Não é o jornalismo que se pretende discutir aqui. O que interessa é o jornalista, a profissão jornalista. No mês de dezembro último, logo nas primeiras semanas, a classe jornalística ficou na expectativa da aprovação do Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 33/09 no Senado Federal de regulamentação da profissão – importante destacar que a profissão jornalista é regulamentada e que a PEC faz uma atualização da lei que regulamenta a profissão – e que retoma a obrigatoriedade da formação universitária em jornalismo para o exercício profissional. Nas duas últimas audiências da Comissão do Senado encarregada da PEC, não houve quórum suficiente para cumprir a pauta.

No governo Dilma Rousseff, assim como no governo de Lula, mantém a expectativa de aprovação da PEC e também, como mencionou o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, da implementação das teses aprovadas na Conferência Nacional de Comunicação. O ministro sinalizou positivamente nesse aspecto. Contudo, sempre haverá o trabalho das empresas de comunicação a quem não interessa executar qualquer das diretrizes da Conferência. Quando o ministro tocar nesse tema de forma mais decisiva, a população vai assistir, novamente, o rechaço das grandes empresas de comunicação e o retorno do slogan máximo dessa campanha “liberdade de imprensa”.

A Federação Nacional dos Jornalista aguarda, nos próximos meses, uma definição da pauta de reunião da Comissão do Senado para a discussão e votação da PEC. O cenário não é bom. As notícias que lemos e vemos nestes dias, denotam uma briga de foice pelos cargos públicos. E em tempos de Crepúsculo e Lua Nova, há um verdadeiro vampirismo do estado. Nesse contexto, qualquer pauta é facilmente negociada ou detonada. Nem é bom que a PEC dos jornalistas entre em discussão nesse período. Ela pode ser, de novo, objeto de negociação do governo com os partidos mais conservadores ou aliados do capital da mídia.

De outro lado, noticias alvissareiras decorrem da manutenção do ministro Fernando Haddad no ministério da Educação. Isso representa a manutenção da atual política educacional e a perspectiva de investimento na educação superior. Outro legado de Haddad acontece no sistema de avaliação da educação superior, o SINAES. Pesquisadores, professores, acadêmicos têm garantias que a educação superior continuará no processo de avaliação que melhorou, ainda de forma incipiente, as condições de oferta do ensino superior, incluído os cursos de jornalismo. É certo que há muito que melhorar o sistema, mas ele produziu inúmeras benesses na estrutura atual. Pelo bem ou pelo mal, o fato é que as universidades federais se transformaram em canteiros de obras e se percebe, de forma sensível, as melhores condições de infraestrutura em muitas escolas. Há muito o que ser feito, muitas IFES não são exemplos, mas há perspectivas.

A perspectiva, para os jornalistas, neste governo se traduz na escolha de Helena Chagas para a Secretaria da Comunicação Social, formada pela Universidade de Brasília. O fato confirma a expectativa que a profissão seja respeitada e que, portanto, haja políticas que consolidem a regulamentação da profissão com uma legislação atualizada e a exigência da formação universitária específica em jornalismo para o exercício profissional. O trato da presidenta Dilma Rousseff com os jornalistas sempre foi de muito respeito. O discurso, frequente, sobre a liberdade de imprensa corresponde a expectativa da classe empresarial, sem alterar as convicções pessoais da importância do jornalista para a consolidação democrática.



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