Curriculo | Curriculo Lattes | Contato

Twitter FaceBook RSS Flickr
buscar

Artigo Jornal

O divórcio entre o ensino, a pesquisa e o desenvolvimento

Opinião | Quinta-feira, 12 de Dezembro de 2013 - 17h25 | Autor: Gerson Luiz Martins
  • RSS
  • Imprimir
  • texto -
  • texto -
Recentemente o Ministério da Educação divulgou a notas do Exame Nacional de Cursos, Enade e os conceitos obtidos pelos inúmeros cursos de graduação universitária existentes no Brasil. De outro lado, a Editora Abril publica, anualmente, o seu Guia do Estudante em que, também, promove avaliação dos cursos universitários. É certo que há divergências entre esses dois parametros de medição de qualidade, visto que o primeiro se realiza em diversas etapas, da qual o Enade é apenas um ponto da lista. No chamado Conceito Preliminar de Curso, CPC, além da nota do Enade, o MEC contabiliza a nota da avaliação “in loco” dos cursos que se compoe de diversos pontos, entre os principais, o corpo docente, a infraestrutura e o projeto pedagógico. O segundo é realizado por meio de expertises em cada área, ou seja, especialistas realizam as avaliações a partir da demanda da Editora Abril.

Em todos essas medições de qualidade, ranking, é possível verificar a quantidade imensa de instituições universitárias existentes no país. Brasília, por exemplo, é uma situação paradigmática se for contabilizar a relação número de faculdades/universidades pela população. Somente na cidade de Brasília, sem conta o Distrito Federal, existem mais de 30 instituições, no Distrito Federal chegam a 51. Nessa profusão de instituições de ensino universitário, quais os resultados, qual a contribuição para o desenvolvimento social do país? Qual é a produção de ciência que proporcione melhores condições de vida para a população, que proporciono desenvolvimento alimentar, melhoria da saúde, qualificação do transporte público?

Mesmo com esse grande número de instituições de ensino universitário, o Brasil ainda está muito distante de países vizinhos como Peru ou mesmo a Argentina, ser relacionado com o número de habitantes.

É do conhecimento geral que muitos cursos universitários não existem para si, para desenvolver a sua ciência, a sua profissão. Um conjunto significativo de pessoas fazem diversos cursos apenas para que possam ter oportunidade melhor no seu trabalho, basta ter um curso universitário, seja em qualquer área, para que o trabalhador possa ascender em cargo e salários. Isso, sem qualquer dúvida, é importante. No entanto, onde fica a contribuição desses inúmeros cursos para o desenvolvimento científico, profissional, social da sua área de especificidade?

A universidade brasileira contribui muito pouco para o desenvolvimento social. Há ilhas de eficiência, mas são poucas no conjunto da quantidade de cursos, de faculdades ou universidades. Qual a contribuição efetiva das instituições privadas de ensino superior para o desenvolvimento da sociedade? Ou se trata apenas de proporcionar um “curso superior” para a demanda que deseja subir de cargo ou melhorar o salário? Do lado das instituições públicas, a falta de recursos, de investimento do governo federal e a ineficiência da máquina burocrática trava uma devolutiva mais contundente para a sociedade. Processos de avaliação internos, sejam de trabalhos de conclusao de curso na graduação e pós-graduação ou ainda na rotina do processo de ensino impossibilitam uma qualificação dos egressos.

Em qualquer curso superior, universitário não basta preparar o estudante para o mercado profissional, para o espaço de trabalho, é preciso preparar para o desenvolvimento de sua área profissional. Que os egressos dos cursos universitários possam revolucionar a sua profissão e, consequentemente, a sua sociedade.


imprimir voltar




Veja também




Envie seu comentário


Atenção! Não será publicado recados ofensivos, obscenos, que vão contra a lei, que não tenham o remetente identificado.





(C) 2010, Prof. Dr. Gerson Luiz Martins - Todos os direitos reservados
jornalista@gersonmartins.jor.br - Portal Desenvolvido por (M)