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O desenvolvimento da pesquisa em Mato Grosso do Sul

Opinião | Sábado, 22 de Maio de 2010 - 21h12 | Autor: Gerson Luiz Martins
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Como em todo o país, a pesquisa científica em Mato Grosso do Sul se desenvolve basicamente nas instituições universitárias. Em poucos países essa situação é diferente. Na Europa e Estados Unidos boa parte das pesquisas, em torno de 40 a 50%, são desenvolvidas nas instituições privadas.

O interesse em qualificar seus produtos, faz que as grandes empresas invistam quantias significativas em desenvolvimento e pesquisa. Exemplos como a Apple, Microsoft, Adobe, Bunge, entre outras destinam em torno de 30% da receita para a pesquisa. No Brasil essa não é a realidade. Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento são realizadas pelo Estado, pelo poder público. Inúmeras iniciativas foram promovias para atrair as instituições privadas no desenvolvimento da pesquisa, mas ainda são poucos casos.

No poder público, o grosso dos investimentos em pesquisa é realizado por meio das instituições de ensino, principalmente nas universidades públicas. Por meio do Conselho Nacional de Pesquisa – CNPq, o governo brasileiro organizou o sistema público de investimento em pesquisa. Foram criadas, em vários estados, as fundações de apoio à pesquisa. Em Mato Grosso do Sul, esse trabalho é realizado pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul – FUNDECT, que financia inúmeros projetos de pesquisa nas mais diversas áreas do conhecimento, propostos pelos professores das universidades públicas e privadas do estado. Apesar de se tratar de uma Fundação com poucos recursos, é preciso reconhecer que a FUNDECT realiza um trabalho de excelência, contempla projetos nas áreas de ciências humanas, biológicas e exatas. Contempla, a cada ano, mais de 380 projetos e distribui mais de R$ 4 milhões. No âmbito das universidades, o investimento em pesquisa é realizado pelo próprio orçamento e pelas linhas de financiamento lançadas pelo CNPq, CAPES, FINEP e outras agências de fomento.

Entretanto, o apoio à pesquisa nesse segmento está restrito, quase sempre, aos pesquisadores que atuam em programas de pós-graduação stricto-sensu, o que deixa um grande contingente de pesquisadores e professores fora das possibilidades de pesquisa. Esse fato é um agravante, pois não há, neste estado, programas de pós-graduação em todas as áreas do conhecimento, como por exemplo em Jornalismo. Nesse aspecto, há uma política equivocada em detrimento do desenvolvimento de outras áreas acadêmicas, profissionais e sociais.

Em muitas Instituições de Ensino Superior se o pesquisador não está inserido num programa de pós-graduação, ele não é contemplado com apoio aos seus projetos de pesquisa. É como se fosse um pesquisador de segundo nível, classificação inócua quando se trata de pesquisa acadêmica. Se transforma num círculo vicioso. Se não há pesquisa, não há produção científica. Se não há produção científica, não há possibilidades de abrir novos programas de pós-graduação e, portanto, do desenvolvimento, da qualificação de uma área social, profissional e acadêmica. É importante destacar, para o conhecimento da sociedade, que o pesquisador num fica restrito a um mundo etéreo, a um trabalho endógeno; sua pesquisa deve, necessariamente, promover o desenvolvimento social. Não há mais espaço para pesquisas essencialmente teóricas, não obstante sua importância para o desenvolvimento da ciência. Nos últimos anos, e é uma política acertada, as agências de fomento têm privilegiado projetos de pesquisa que tragam imediatos benefícios sociais. Ou seja, os resultados das pesquisas realizadas nas universidades e nas empresas de pesquisa como Embrapa, Empaer entre outras, além da iniciativa privada, devem propor soluções para muitas mazelas sociais, promover o cidadão e o desenvolvimento social.

A política de incentivo à pesquisa nas universidades deve ir na mesma direção, incentivar e apoiar projetos que tenham aplicabilidade imediata, principalmente na difusão social, de tecnologia e de informação. E para isso, se deve também dar sustentabilidade para os projetos realizados no ensino de graduação. Não há formação acadêmica de qualidade, não há ensino nas universidades se não houver pesquisa aplicada. Como também não é possível dissociar o ensino da pesquisa, com reflexos no desenvolvimento da extensão. As universidades devem apoiar e incentivar a pesquisa na graduação, principalmente quando repercutem em melhorias sociais imediatas.

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