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Diretrizes de Jornalismo e a questão do estágio

Opinião | Quinta-feira, 07 de Março de 2013 - 20h36 | Autor: Gerson Luiz Martins
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As diretrizes curriculares para os cursos de Jornalismo foram aprovadas no dia 20 de fevereiro pela Câmara da Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE) e instituiu o estágio curricular. Ou seja, a partir da publicação no Diário Oficial da União (DOU) das novas Diretrizes Curriculares dos cursos de Jornalismo, as universidades e faculdades deverão fazer a adequação dos projetos pedagógicos para uma nova estrutura curricular que contemple a carga horária destinada ao estágio.

Conforme o projeto das diretrizes, estão previstas cerca de 200 horas para o estágio curricular supervisionado. Este deverá ser incluído na estrutura curricular assim como as disciplinas da formação universitária em jornalismo. Essa carga horária está incluída no total de 3000 horas estipuladas pelas novas diretrizes, que ainda inclui atividades complementares. No final das contas, a carga horária total dos cursos de jornalismo foi implementada em 100 horas, se comparada a carga horária mínima atual que é de 2700 horas. Importante ressalvar que a maioria dos cursos de jornalismo possuem carga horária total maior do que a mínima estipulada pelo Ministério da Educação.

A formalização do estágio curricular obrigatório no contexto das novas diretrizes dos cursos de jornalismo implica, num primeiro momento, em duas situações novas. A primeira diz respeito a realização dos pseudo-estágios praticados atualmente. É comum encontrar nas redações de jornais impressos, das emissoras de televisão, principalmente, estudantes de primeiro ou segundo ano do curso de Jornalismo em atividade irregular, ilegal e como exploração de mão-de-obra barata, pois há uma precarização da atividade profissional. Infelizmente, se pode afirmar, que muitas empresas jornalística não se preocupam com a credibilidade do seu produto, dado aos riscos que uma notícia mal apurada pode causar. Nesta situação, há uma outra face dos pseudo-estágios, a busca, pelos estudantes, da prática profissional de um lado e a remuneração de outro. No entanto, e isso é fato comum e comprovado, a atividade, se realizada em período inadequado, compromete a frequência às aulas e o rendimento no curso de jornalismo. A outra situação implica na questão que trata das vagas de estágio disponíveis a partir da obrigatoriedade curricular.

Se consideradas as cidades de médio e pequeno porte, onde há cursos de Jornalismo, haverá locais, empresas, instituições suficientes para atender a todos os alunos de Jornalismo? É possível fazer uma conta simples. Os quatro cursos de Jornalismo oferecidos atualmente reúnem cerca de 80 estudantes na fase final do curso e, no contexto das novas diretrizes, em fase de estágio curricular obrigatório. Se calculadas as ofertas de estágio atualmente disponíveis pelas instituições, contabiliza cerca de 50 vagas. Nesta situação, os cursos de jornalismo deverão realizar gestão junto as empresas jornalísticas, órgãos públicos, ONGs, entre outros para garantir as vagas para os seus estudantes. Incluído nesta gestão as instituições que realizam a intermediação dos estágios de forma legal, reconhecidamente sérias, quais sejam o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), ligado a Federação das Indústrias e o Centro de Integração Escola Empresa (CIEE). A parceria que nunca existiu entre as instituições e as universidades no que diz respeito ao estágio em jornalismo, mais do que nunca terá que ser concretizada e apoiada.

O maior mérito da questão, nas novas diretrizes, será a extinção do estágio irregular, da precarização da atividade profissional e da ilegalidade geral, sob o olhar cego das instituições públicas encarregadas de fiscalizar o exercício irregular das profissões. Além disso, as empresas jornalísticas ganham, pois os estagiários em atividade terão dedicação, acompanhamento formal de professores e profissionais designados para isso e garantias que o estagiário está regularmente matriculado nos últimos períodos do curso de Jornalismo. Este fato contribui para a manutenção da credibilidade do produto e da empresa jornalística.

As universidades e faculdades que oferecem curso de Jornalismo deverão instituir uma Comissão de Estágio, implantar um Regulamento e designar professores para as atividades de supervisão dos estagiários, assim como ocorre nos outros cursos, como por exemplo Administração, Direito, Psicologia, entre diversos outros.


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